terça-feira, 22 de maio de 2012

Consciência de palavras

Lendo o post da Albertina quero acrescentar que também eu ainda reproduzo muitas lengalengas e trava línguas que aprendi com o meu avô, exemplo:

 Tenho um copo giri copo
copo, cá
quem não disser três vezes
copo, copo, giri, copo
giri, copo, copo, cá
por este copo água fresca  não beberá
(…) para se poder aprender a ler num dado sistema de escrita, tem de se ser capaz de pensar na fala de uma forma explícita, e de tomar consciência de que ela é composta por uma sucessão de unidades fonológicas de nível correspondente ao que é representado pelo código escrito (Martins, 1996, p. 83).
Também chamada de consciência sintática representa a capacidade de segmentar a frase em palavras e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las numa sequência que dê sentido. Esta habilidade tem influência mais precisa na produção de textos e não no processo inicial de aquisição da escrita. Ela permite focalizar as palavras enquanto categorias gramaticais e sua posição na frase. Contar o número de palavras numa frase, referindo-o verbalmente ou batendo uma palma para cada palavra, é uma atividade de consciência de palavras. Por exemplo: Quantas palavras há na frase: "O cachorro correu atrás do gato?" Ao responder corretamente a esta questão ou batendo uma palma para cada palavra enquanto repete a frase, a criança demonstra a sua habilidade de consciência sintática. Além disso, ordenar corretamente uma oração ouvida com as palavras desordenadas também é uma capacidade que depende desta habilidade.
Deficit nesta habilidade pode levar a erros na escrita do tipo aglutinações de palavras e separações inadequadas. Embora esses erros sejam comuns no processo inicial de aquisição da escrita, como por exemplo, escrever: OGATO (aglutinação) ou SABO NETE (separação), a persistência destes tipos de erros pode ser motivada por uma dificuldade de consciência sintática. Esta habilidade implica uma capacidade de análise e de síntese auditiva da frase.

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