“Eu testo [a Net ], mas não uso no dia-a-dia. Mais importante, os meus filhos não usam. Eles são bons garotos” (Steve Balmer, presidente da Microsoft).
De entre muitos outros posts de crítica sobre computadores, “A entrega dos portáteis nas escolas” - transcrevo parte de um outro, também meu, intitulado “O Homem Contemporâneo do Futuro” (03/05/2001):
Todas as metodologias de ensino têm prós e contras, ainda que limitadas, segundo o seu próprio autor, “a lugares na terra, em cada país, onde por razões várias, boas escolas não podem ser construídas e bons professores não podem ou não querem ir”.
De entre muitos outros posts de crítica sobre computadores, “A entrega dos portáteis nas escolas” - transcrevo parte de um outro, também meu, intitulado “O Homem Contemporâneo do Futuro” (03/05/2001):
“Mas, por seu turno, os computadores, com o seu incomensurável poder de armazenamento de informação, não estão (ainda?) capacitados para substituirem a emoção e sentimentos - que, segundo António Damásio, ‘constituem a base daquilo que os seres humanos têm descrito desde há milénios como alma ou espírito humano’ -, com trunfos que o levam a um jogo ganho à partida. É este o drama de um mistério com que se debate a nossa era e que só o devir se encarregará de desdramatizar ou não! Mas, como nos ensina Eric Hoffer, 'a única forma de prever o futuro é ter poder para formar o futuro!'”
Mas nada melhor que nos reportarmos ao caso do nosso país e das suas crianças. Para o efeito, e possível tema de uma discussão interessante, transcrevo, na íntegra, de um artigo da “Lusa” (17/10/2008):
“A maioria dos estudantes entre os nove e os 14 anos utiliza a Internet para conversar em ‘chats’, apesar de 44,1 por cento dos pais pensarem que o fazem para procurar informação, segundo um estudo que será divulgado hoje.
‘A comparação das respostas dadas pelos estudantes e pelos encarregados de educação é extraordinariamente interessante. Na utilização da Internet, as crianças respondem que o fazem para conversar ou descarregar músicas e os pais estão convencidos que elas a utilizam para pesquisar informação e como apoio aos trabalhos escolares.’, disse à Lusa o coordenador geral do ‘Estudo de Recepção dos Meios de Comunicação Social’ José Rebelo.
Outros factos salientados pelo coordenador geral do estudo, é o de 11,1 por cento dos jovens inquiridos confessarem quer usam a Intenet para visitar sites pornográficos, facto admitido apenas po 0,7 por cento dos pais.
Quase metade das crianças inquiridas (42,5 por cento) usa a rede para publicar fotografias ou informações, questão que é apontada por 75,9 por cento dos pais quanto a preocupações ao uso da net.
Refira-se que as visitas a sites pornográficos preocupam também 70,6 por cento dos encarregados de educação que responderam ao inquérito.
De acordo com outro estudo, do Projecto Eu Kids Online, revelado em Setembro, Portugal é, a par da Polónia, o único em 21 países europeus onde os pais portugueses menos conhecem o que os seus filhos fazem on-line.
Na parte do estudo dedicado aos jovens, ficou também claro que ‘o investimento das famílias em equipamentos é inversamente proporcional ao seu estatuto socioprofissional’.
É nos sectores da pequena burguesia de execução que encontramos investimentos maiores e os quartos das crianças enchem-se de quinquilharias diversa. Em contrapartida, nos sectores mais privilegiados do ponto de vista social e profissional, os investimentos são menores’, explicou José Rebelo”.
São duas posições, de certo modo antagónicas, até porque analisadas em contextos diferentes, mas merecedoras, todavia, de uma reflexão cuidada de professores e pais (e não só!). Com respaldo numa citação de Erich Fromm (psicanalista, filósofo e sociólogo alemão, 1900-1980): “O problema não é que os computadores possam pensar como nós, mas que nós possamos pensar como os computadores”. Servindo-me, agora, uma vez mais, e tanto a meu gosto, da voz do povo: “Não há bela sem senão”. Por mais bela que ela seja, mesmo!
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