terça-feira, 17 de abril de 2012

Falando do Novo Acordo Ortográfico


Nem sempre nos apetece ou gostamos de falar do que não nos agrada muito ou do que sabemos pouco.

Uma coisa sabemos, estamos de acordo com a defesa da língua portuguesa bem escrita, com ou sem acordo ortográfico.

Começámos a ver-nos como um “Velho do Restelo” e aos poucos, mesmo inconscientemente, vamos lendo uns artigos, a favor ou contra, que a comunicação social de vez em quando, e dependendo do mediatismo dos autores, nos impõe. Inconscientemente também vemos os programas da televisão que tratam deste assunto (e grande vitória, não fazemos Zapping), um dos quais com a Dr.ª Edite Estrela que ao abordar este tema foi bastante esclarecedora.

É frequente a publicação de obras, por vezes por autores de renome, que não respeitam as regras de pontuação, o que as torna de difícil leitura e interpretação, sem que os leitores teçam críticas a tal forma e escrita.
Pelo meio, surge a decisão de Vasco Graça Moura em não aplicar o Novo Acordo nos serviços do CCB. A notícia foi manchete em toda a comunicação social e fez reaparecer de imediato a polémica em torno das novas regras ortográficas. É cada vez mais frequente a publicação de artigos de opinião sobre o atual acordo ortográfico com posições opostas.

Ao falarmos sobre este tema devemos ter presentes que ao longo dos anos já se fizeram várias tentativas de unificação da ortografia da língua portuguesa, sendo a primeira de 1911. Posteriormente surgiram várias tentativas, sendo a mais importante a de 1990. Contudo as línguas vivas caracterizam-se pela dinâmica e pela sua evolução natural ao longo do tempo, consoante as influências sociais e culturais dos períodos históricos independentemente da existência de acordos ortográficos.

Com a globalização, com os novos meios de comunicação e com as constantes mudanças económicas e sociais, cada vez mais aparecem palavras novas ou mudança na grafia de outras. Estamos rodeados de meios de comunicação social cada vez mais rápidos e sofisticados que nos colocam perante novos termos que naturalmente se integram no nosso vocabulário.
Se no campo da comunicação as palavras soltas não têm uma importância relevante, no campo das novas tecnologias são determinantes. A informação é o novo poder dos nossos tempos. Quem mais depressa a possuir mais e melhor partido dela pode tirar.

Pelo que conhecemos da evolução da nossa língua, consideramos que as regras deste novo acordo não são impeditivas de uma aprendizagem e adaptação fácil, independentemente das críticas que lhe possam ser feitas.

Entendemos que a aprovação de um acordo ortográfico deve envolver uma ampla discussão com vista a obter um consenso na sua aplicação por forma a conseguir uma transição pacífica para a nova forma de escrita.

Pensamos que, com a nossa prática de formação ao longo da vida, enfrentamos com grande facilidade os desafios que são colocados, nos adaptamos a novas situações e enfrentamos com naturalidade a aplicação de qualquer acordo ortográfico. A frequência da ação de formação (FEP) que inclui um tema sobre o Novo Acordo Ortográfico é a demonstração da nossa adaptação à mudança.

Talvez este desabafo sirva de exemplo para os que, como nós, assobiavam para o lado, quando este tema era abordado.

Começamos a acreditar e mais cedo ou mais tarde nos adaptamos à nova grafia, escrevendo exatamente como até hoje, sem erros, pois como toda a gente, não gostamos de errar.
Graça Gomes
( Trabalho individual )

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