sexta-feira, 30 de março de 2012
Metas de aprendizagem de Matemática
O livro é de 2004 e saiu em Portugal em 2008, mas só agora, em 2012, o pude ler. Isso não tem qualquer importância porquanto se trata de um livro sem data, do passado para o futuro.
É um livro sobre livros, mas não sobre quaisquer uns: é sobre uma mão cheia daqueles que marcam a ocidentalidade, mais precisamente sobre símbolos em que se detém o nosso olhar para o mundo e que o direcionam, que orientam a maneira como pensamos e nos pensamos no recanto da individualidade.
Um livro “para leitores comuns” sobre livros, ou melhor, sobre pessoas, algumas desconhecidas, que têm escrito de modo “sapiencial” (página 16), porque reúnem sabedoria, ensaiam-na, firmam-na e transmitem-na: “O ensaio pertence a Montaigne, a epopeia a Homero e o romance para sempre a Cervantes” (página 111).
Quem escreveu esse livro foi Harold Bloom quando convalescente duma doença que quase o matou, o que faz toda a diferença na pena reta, objetiva, deste leitor, crítico literário e professor em Yale.
Trata-se, pois, dum testemunho, à beira do pessoal, sobre o absolutamente essencial entre o essencial, sobre a palavra que deve ficar no fim duma vida de leituras, que confessadamente se orientou por três critérios: “o fulgor estético, a força intelectual e a sabedoria” (página 15).
É preciso (talvez) ter lido os livros de que Bloom fala para se perceber exatamente do que fala, mas, percebendo-se a leitura flui, mostrando linhas de sabedoria que conhecemos ao ponto de orientarem a nossa vida, sem termos consciência de que as conhecemos. Logo, é um livro que ilumina.
Sendo um livro sobre livros onde está sabedoria seria de pensar que Bloom subliminar ou explicitamente recomendando a leitura, num tempo em que todos a recomendam e para todos os males. Não é o caso, escreveu ele: "Eu penso que lemos para reparar a nossa solidão, embora no plano pragmático quanto melhor lermos, mais solitários nos tornamos. Não posso considerar a leitura um vício, mas a leitura também não é uma virtude (página 95).
Referência completa:
- Bloom, H. (2008). Onde está a sabedoria? Lisboa: Relógio D´Água.
Crianças e jovens nas Vidas de Plutarco
Crianças e jovens nas Vidas de Plutarco
Informação chegada ao De Rerum Natura.
A biblioteca Classica Digitalia tem o gosto de anunciar uma nova publicação da Série Ensaios.
- Carmen Soares: Crianças e jovens nas Vidas de Plutarco. Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2011). 137.
PVP: 10 € / Estudantes: 8 €
Os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital. OeBook correspondente (cujo endereço direto é dado nesta mensagem) encontra-se disponível em acesso livre. O preço indicado diz respeito ao volume impresso.
quinta-feira, 29 de março de 2012
Dia Internacional do Livro Infantil
Mensagem para 2012
Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro

segunda-feira, 26 de março de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
A pedido de várias famílias...
quarta-feira, 14 de março de 2012
Vocês sabem o que é o 'modus operandi'? - Opinião - DN

terça-feira, 13 de março de 2012
No âmbito do trabalho individual para a FEP dei aos meus alunos do 5.º ano uma das fichas propostas pela DGIDC sobre o acordo ortográfico : “Acordo Ortográfico – comparação de textos”.
A primeira questão consiste na comparação de dois textos, iguais, sendo um escrito com a grafia antiga e o outro de acordo com a nova grafia. Os alunos não tiveram dificuldades em assinalar as palavras escritas de maneira diferente nos dois textos, embora tenha havido algumas respostas erradas(poucas). Na minha opinião esta questão pode ser encarada apenas como uma atividade de observação, pois só tinham que registar as diferenças. Quem souber resolver questões do tipo “descubra as diferenças” não precisa de saber sequer o que é o AO.
Quanto à segunda questão, que consistia na identificação do texto escrito segundo as regras do AO, verifiquei, com alguma surpresa, que há alunos que não identificaram o texto com a nova grafia(em 23 alunos, 15 responderam certo).
A terceira questão foi a que gerou mais dificuldades. Pedia-se aos alunos que enunciassem as regras que explicam as diferenças entre os dois textos e as reações foram as mais diversas:
Uns não responderam, outros responderam mas sem compreender o que era pedido, outros escreveram as palavras segundo a grafia antiga e segundo a nova grafia e apenas 3 alunos mostraram que perceberam o que se pretendia, enunciaram algumas regras, mas não todas. Não sei se esta atividade era dirigida a alunos do 2.º ou do 3.º ciclo, mas percebe-se que os meus alunos não sabem as regras que alteram a grafia das palavras. Mas pergunto: será que isso é relevante? Será importante o aluno saber o porquê de se escrever minissaia ou será suficiente que saiba como se escreve e passe a escrever sem erros ortográficos? Antes do AO todos sabiam por que razão se escrevia mini-saia?
Anunciação Martins
Algumas ideias para pensar a importância da literatura infantil no Jardim de Infância
segunda-feira, 12 de março de 2012
Passei algum tempo na Internet há procura de respostas, artigos... Mas curiosamente não encontrei muito sobre o assunto... É como se em Portugal ainda ninguém se tivesse lembrado disso... Ou pelo menos não lhe tenha atribuído importância suficiente para divulgar o tema.
Felizmente, já é um assunto muito debatido no Brasil, e podemos encontrar informação sobre esta questão.
Cá em Portugal, em Janeiro deste ano, a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) informou que não estão a ser produzidos manuais escolares em Braille que respeitem o acordo ortográfico e receia que os alunos com deficiência visual tenham de suportar mais esta desvantagem.
O Ministério da Educação definiu que a entrada das novas regras da língua portuguesa nas escolas vai ser feita no próximo ano lectivo, mas, para já, ainda não estão a ser produzidos materiais em braille a pensar nos alunos com deficiência visual, revela Rodrigo Santos, da ACAPO. “Corremos o risco de os alunos portugueses virem a ser ensinados com manuais e outro tipos de ajudas à aprendizagem que ainda não estejam de acordo com este acordo”, lembra.
A associação responsabiliza as editoras, mas também o Ministério da Educação pelos atrasos, já que em 2012 as aulas vão ter em conta as novas regras ortográficas.
Dá que pensar…
Antonieta Abegoaria
Ler ... um problema!
A dificuldade em realizar a leitura tem sido considerada como um dos maiores obstáculos enfrentados pelos alunos. Tratando-se de uma questão preocupante, vários são os estudos e reflexões que tentam encontrar ou sugerir caminhos diversificados para tentar minimizar este problema.
Assim, após uma reflexão sobre as metas de aprendizagem estipuladas para o 5º ano de Língua Portuguesa, decidimos escolher para uma análise mais cuidada o sub-domínio "Identificação de ideias centrais e de pormenores relevantes", dentro do domínio "Compreender e Interpretar textos" e verificar até que ponto este domínio está ou não adequado para esta faixa etária. Assim sendo, relativamente à
Meta Final 13) O aluno identifica as ideias centrais do texto e fundamenta‐as com pormenores adequados.
entendemos que grande parte dos alunos não é capaz de a cumprir globalmente, embora esta esteja adequada ao seu nível etário e de desenvolvimento cognitivo; deveriam, na realidade, conseguir atingi--la facilmente, no entanto a maioria consegue retirar a ideia principal de um texto, mas tem muita dificuldade em justificar com pormenores adequados. Isto decorre, muitas das vezes, do facto de não terem atingido satisfatoriamente o domínio da leitura pois, no final do 2º ciclo, parte deles não realiza uma leitura eficaz, limitando--se a ler palavra a palavra, o que dificulta a apreensão do sentido global do texto e mais ainda, dos seus pormenores.
Na nossa opinião, esta leitura ineficaz vai refletir-se, significativamente, nos restantes sub-domínios e metas de aprendizagem, nomeadamente na escrita, o que acaba por se refletir em todas as disciplinas. É necessário termos consciência, enquanto educadores, que as dificuldades apresentadas na leitura estão estreitamente ligadas ao desenvolvimento de uma escrita minimamente correta, uma vez que ao ler incorretamente, o aluno irá apresentar, certamente, erros ao nível da sintaxe, estrutura de frases, organização de parágrafos, pontuação… ou seja, de todos os elementos necessários para uma boa redação de texto.
Mas não cabe somente ao professor de língua portuguesa esta árdua tarefa. É urgente que se crie uma consciência real de que todo e qualquer professor tem a obrigação de “corrigir” os seus alunos e, porque não, de atribuir uma percentagem da cotação dos seus trabalhos à correção linguística; todos os professores têm obrigação de “treinar” os seus alunos nas respostas que pretendem que sejam dadas; todos os professores … são professores de português!
Graça Gomes
Olga Pereira
sábado, 10 de março de 2012
Dúvidas...
Em caso de dúvida consultamos o texto original do AO no Portal da Língua Portuguesa
Ver
BASE IV: DAS SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS [...]
Metas de Aprendizagem

Para aqueles que tem o eterno defeito de criticar tudo e todos, ficam desde já a saber que o ministério da educação levou muito a sério a conceção das famosas Metas de Aprendizagem. Recorreu para esse efeito a alguns autores do nosso panorama artistico.
Deixamos aqui alguns exemplos:
Expressões Artisticas
Domínio: ExpDramática/Teatro - Desenvolvimento da Criatividade
“O aluno idealiza, planifica, operacionaliza e avalia projetos de teatro,
experimentando criativamente diferentes funções, com orientação do adulto e/ou
autonomamente.”
Autor: Filipe Lá Féria
Expressão Musical - Desenvolvimento da Capacidade de Exp. e Com.
“O aluno participa, cantando, em manifestações artísticas públicas.”
Autor: Homens da Luta
“O aluno grava as suas criações musicais para avaliação e aperfeiçoamento.”
Autor: Manuel Moura dos Santos (júri do programa “Idolos” da SIC).
Língua Portuguesa
“O aluno redige com correção formal e sintática, respeitando as convenções ortográficas, construindo frases completas e estabelecendo as relações de concordância entre os seus elementos.”
“O aluno seleciona as palavras e expressões mais apropriadas para exprimir as ideias que quer transmitir.”
Autor: Jesus (Treinador do Benfica)
Subdomínio: Conhecimento de Técnicas e Formatos de Textos para Argumentar
“O aluno elabora pequenos textos de opinião (e.g., exprime opinião sobre um livro ou um filme).”
Autor: Marcelo Rebelo de Sousa
Matemática
“Usa a subtração nos sentidos de retirar, comparar e completar.”
Autor: Vitor Gaspar (Ministro das Finanças)
“Interpreta e desenha plantas simples.”
Autor: José Sócrates
Domínio: Organização e Tratamento de Dados
“Identifica a moda num conjunto de dados e usa-a para interpretar ou comparar informação.”
Autora: Fátima Lopes
Meta Final 27) Compreende a grandeza dinheiro.
“Realiza contagens de dinheiro e relaciona diferentes valores monetários.”
“Representa valores monetários.”
“Realiza estimativas de quantidades em dinheiro.”
“Resolve problemas simples envolvendo contextos de dinheiro.”
Autor: Zé Povinho
Tendo em conta os recursos humanos envolvidos na elaboração destas metas não resta ao professor outra alternativa senão, humildemente, cumpri-las na íntegra ainda que para isso tenha que recorrer a uma varinha mágica.
Amélia Cabral/Grupo 3
quinta-feira, 8 de março de 2012
Meta de aprendizagem – Linguagem oral e abordagem à escrita

Textos de apoio para educadores de infância
Lourdes Mata
Grupo de trabalho:
Ana Marília Alves
Maria José Oliveira
Maria Teresa Cruto
Paula Marques
quarta-feira, 7 de março de 2012
Aprender a escrever
Aprender a escrever
A escrita tem sido, nas últimas décadas, uma área de aprendizagem desprotegida. Entende-se, genericamente, que se os alunos lerem, e lerem muito, aprenderão a escrever. Ora, se esta estratégia resulta com alguns, não resulta com a maioria. A leitura e a escrita requerem processos didácticos diferentes, sendo que a escrita última beneficia com o ensino estruturado e explicito. Apesar deste tipo de ensino estar contemplado nos programas de Língua Portuguesa, sobretudo no mais recente, a sua expressão em sala de aula, apesar de pouco documentada, parece estar aquém do que seria desejável para se conseguirem boas prestações dos nossos alunos.Para aprofundar este assunto, realizam-se na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra duas conferências proferidas pelos autores dum programa de escrita direccionado para diversos níveis de escolaridade (Self-Regulated Strategy Development) e cuja aplicação em contexto escolar tem dado resultados muito animadores.Esses autores, Karen Harris e Steve Graham, professores da Universidade de Vanderbilt, assemelham o que se passa em matéria de ensino da escrita no seu país, EUA, ao que se passa nosso, pelo que o referido programa terá o maior interesse para professores e outros educadores portugueses.
Conferência: "Teaching Writing Strategies - The State of the Art",
dia 9 de Março, às 14:30
Local: Auditório da FPCEUC
A entrada é livre
terça-feira, 6 de março de 2012
A grafia de alguns termos matemáticos também mudou.
O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa também modificou a grafia de algumas palavras próprias das ciências exatas. Para facilitar a sua vida, vamos registrar aqui algumas palavras que foram afetadas pelas mudanças.
Entre as que perderam o trema, há várias palavras relacionadas ao número cinco: cinquenta, quinquênio, cinquentenário, quinquagésimo, quingentésimo.
O prefixo “equi”, que indica igualdade, também deixou de lado o trema, em palavras em que ele era obrigatório, ou não: equilátero, equidistante, equiângulo, equipotente.
A palavra consequente (em oposição a antecedente) também passa a ser escrita sem o sinal gráfico sobre o u.
Assim como ideia, as palavras geoide, romboide e trapezoide passam a ser grafadas sem acento.
No que se refere ao uso do hífen, a mudança mais interessante ocorre com cosseno, cotangente e cossecante. Antes da reforma, o uso do hífen nessas palavras era opcional. Podíamos encontrar em alguns livros as grafias “co-seno”, “co-tangente” e “co-secante”. A nova regra acaba com a duplicidade, assim como mantém a grafia de coordenadas.
Os prefixos multiplicadores continuam não pedindo hífen. Continuaremos a escrever bissetriz, quilômetro, hectolitro, etc. Outras palavras prefixadas cuja grafia não é modificada são: isométrico, submúltiplo e ortocentro.
Por fim, fica registrado que as geometrias não euclideanas passam a ser nomeadas exatamente assim, sem hífen.”
segunda-feira, 5 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
"Acordo ortographico"
No semanário Sol de 17 de Fevereiro, página 3, José António Saraiva assinou um texto que tem por título Acordo ortographico, do qual aqui transcrevemos algumas passagens, pelo interesse que tem neste retomar da discussão sobre a pertinência do Acordo Ortográfico, em grande medida desencadeado pelo poeta Vasco Graça Moura.
"Quando o Acordo Ortográfico foi assinado, em 1990, numa cerimónia no Palácio da Ajuda, o jornalista Francisco Bélard escreveu uma notícia com muita graça na qual utilizava um grande número de palavras que iriam mudar a ortografia.A ideia era brilhante e o resultado expressivo: a notícia causava enorme estranheza, revelando-se mesmo de muito difícil leitura. Quem a lesse não precisava de mais nada para, naquele preciso momento, se tornar um adversário acérrimo do Acordo Ortográfico (...)A onda era essa - e convenci-me de que o meu pai (autor de uma História da Literatura Portuguesa) também teria a mesma atitude (...) Foi, pois, com a maior surpresa que (...) o ouvi dizer:- A oposição ao Acordo Ortográfico é um enorme disparate. O nosso grande património é termos uma língua comum com o Brasil, com Angola, com Moçambique... Tudo o que pudermos fazer para aproximarmos a grafia uns dos outros é decisivo para nós. Perante isso, não tem qualquer interesse discutir chinesices, como a escrita desta e daquela palavra.Esta posição, assumida com a maior convicção, mudou o meu modo de olhar para o Acordo (...).É óbvio que não entrarei em discussões técnicas com Vasco Graça Moura ou qualquer outro especialista. Eles saberão certamente muito mais do que eu. Só que a questão essencial não é essa.O essencial não é discutir o resultado - é admitir que são úteis todos os esforços que se façam no sentido de os países onde a língua oficial é o português aproximarem as grafias. E são especialmente importantes para nós, portugueses. Portugal tem 10 milhões de habitantes - mas o Brasil tem 200 milhões. Só por arrogância ou por capricho se pode defender que devemos ficar ad aeternum agarrados às nossas regras. O nosso papel deverá ser mesmo o oposto: levar os países que ainda não adoptaram o Acordo, a fazê-lo rapidamente.O que vale aqui é o princípio. É termos permanentemente na cabeça a ideia de que todos ganham se em Portugal, no Brasil, em Angola, em Moçambique, em São Tomé, em Cabo Verde, na Guiné e em Timor se escrever do mesmo modo.Alegar razões de 'consciência' para rejeitar o Acordo é simplesmente ridículo: a ortografia não envolve princípios nem valores (...). A escrita é uma convenção - e mexe essencialmente com o hábito. Por isso a resistência à mudança é sobretudo um problema de conservadorismo (...)A verdade é que, quando falamos em defender a 'língua de Camões', esquecemo-nos de que o poeta assinava Luiz de Camoens." José António Saraiva
(da autoria do blog “de rerum natura”)
sábado, 3 de março de 2012
brincar com o acordo
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros.
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas.
É um fato que não se pronunciam. Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se? O que estão lá a fazer? Aliás, o qe estão lá a fazer? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade.
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra.
Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s”?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç”.
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som.
Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”.
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar.. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”.
Simples não é? se o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z”.
Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k”.
Não pensem qe me esqesi do som “ch”.
O som “ch” pasa a ser reprezentado pela letra “x”. Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não? O “x” xama-se “xis”. Poix é iso mexmo qe fiqa.
Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”.
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex. Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex. O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural.
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente.
Vejamox o qaso do som “j”. Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”. Para qê qomplicar?!?
Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”. Serto? Maix uma letra muda qe eliminamox.
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem! Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex? Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade?
Outro problema é o dox asentox. Ox asentox só qompliqam! Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox.
A qextão a qoloqar é: á alternativa? Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra “a”. Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado. Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax.
Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax vezex lê-se “u” e outrax, ainda, lê-se “ô”. Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso! Para qe é qe temux o “u”? Para u uzar, não? Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil! Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza: quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”. U mexmu para u som “ê”. Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”. I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”.
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex.
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” - pur “ainx” i “õix” pur “oinx”.
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu.
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum? (da autoria do blogue “A Biblioteca de Jacinto”)